Tristeza

'Lugar errado', diz filha de mulher morta em padaria de Itaboraí

Familiar afirma que a mãe não tinha envolvimento com milícia

A filha Marceli Alcântara disse que a mãe tinha costume de frequentar o bar onde foi assassinada
A filha Marceli Alcântara disse que a mãe tinha costume de frequentar o bar onde foi assassinada |  Foto: Marcelo Tavares
 

Morta após ser baleada em uma padaria no Retiro São Joaquim, em Itaboraí, no sábado (22), Gilsiara Alcântara, 37 anos, não tinha nenhum envolvimento com a milícia na região.

A filha Marceli Alcântara garante que a mãe estava apenas no "local errado e na hora errada". A declaração foi dada na porta do IML de Tribobó, nesta segunda-feira (24). Familiares foram ao local para liberação do corpo.

O sepultamento de Gilsiara está marcado para ocorrer às 13h no Cemitério São João Batista, em Itaboraí. O velório foi custeado pela prefeitura do município. 

Gilsiara estava com o atual companheiro na padaria quando foi atingida pelos tiros. A vítima tinha costume de frequentar a região. Ela deixa quatro filhos.

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Era um local que ela ia sempre, estava todos os dias, ela sempre frequentou esse local, bebia lá. Infelizmente, ela estava no lugar errado, na hora errada e aconteceu Marceli Alcântara, filha
  

Emocionada, a jovem afirmou que a mãe era uma pessoa muito querida. “Todo mundo gostava dela, ela se dava bem com todos”, disse aos prantos. 

Familiares da mulher assassinada em Itaboraí estiveram no IML de Tribobó para liberação do corpo
Familiares da mulher assassinada em Itaboraí estiveram no IML de Tribobó para liberação do corpo |  Foto: Marcelo Tavares
 

Informações indicam que o marido de Gilsiara, identificado apenas como Alessandro, estava no local e também foi baleado. Não há informações sobre o seu estado de saúde. 

As imagens de câmeras de segurança da região mostram um homem, vestindo roupas pretas e capacete, passando de motocicleta e disparando contra as vítimas que estavam sentadas em uma mesa na parte externa do estabelecimento, por volta de 13h30 de sábado (22). 

A padaria em que Gilsiara foi morta também foi alvo de um ataque de criminosos em 2021. Na época, dentre os mortos, estava o policial civil Wellington Emerick. 

De acordo com a Polícia Civil, o caso anterior foi investigado como disputa de território entre traficantes e milicianos. Já em relação ao crime mais recente, as investigações ainda estão em andamento.

Segundo a Polícia Militar, equipes das 35° BPM (Itaboraí) foram acionados para o local e checaram uma ocorrência que envolvia disparos na região.

Dentro do estabelecimento constataram a morte de Gilsiara. Duas granadas defensivas foram apreendidas e a área foi isolada e a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) foi acionada para realizar a perícia.

Feridos 

Além de Alessandro e de Gilsiara, mais três homens foram baleados na ocorrência. Julio Cezar Rodrigues do Santos, de 22 anos, segue em estado gravíssimo, segundo as últimas atualizações.

Ele deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Manilha, e foi transferido para o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), em São Gonçalo, onde permanece internado. 

Adilcimar Pires Krass, de 43 anos, e Vanderson Rosa dos Santos, de 30 anos, seguem em estado estável no Heat. Eles foram levados para a unidade de saúde depois de serem transferidos do Hospital Municipal Desembargador Leal Junior, em Itaboraí. 

Outro caso

Um outro rapaz também foi morto em um bar no município neste fim de semana. Pablo Almeida dos Reis, de 19 anos, estava em um bar na Rua Itapuã, no bairro Jardim Imperial, em Itaboraí, na noite de domingo (23), quando homens em um carro do modelo Fox, na cor prata, passaram atirando pelo local. Ele morreu na hora. O caso segue em investigação pela DHNSG.

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